4.08.2006


Estou tão cansada...Completamente exausta, e por mais que fisicamente eu saiba que tenho pessoas ao meu lado, emocionalmente não as vejo, até as sinto por vezes mas a barreira que coloquei entre as pessoas e eu é tão forte que lutar contra é doloroso por demais.

Eu me vejo caminhando por uma estrada movimentada, todos passam por mim, tudo acontece á minha volta,acidentes, incidentes, encontros, desencontros, mas tudo tão irreal, então eu continuo caminhando sozinha,buscando algo e isso as vezes dói porque eu também tropeço, eu também me machuco e tenho que aceitar que continuo sozinha e por mais que doa, eu só dependo de mim e se eu decidir não lutar, se eu decidir não levantar da queda eu vou ficar ali de mãos dadas com o acaso, esperando o fim.

Ai se vocês soubesse como eu gostaria de poder ter em quem me apoiar e conseguir aceitar isso também, aceitar que eu posso pedir ajuda, que eu não sou rocha, aprender que eu tenho o direito de desmoronar a qualquer instante, eu tenho direitos e não só deveres, aceitar que eu não sofro mais que ninguém, que eu não sou mais sozinha que ninguém, que eu sou simplesmente sou o que eu me permito ser , mas e quando eu já admiti essa culpa e já assumi minhas dores?
Ah eu queria chorar, eu queria deixar as minhas mil mascaras caírem e chorar, soluçar, na frente de uma multidão que se quisessem poderiam zombar da minha fragilidade, da minha dor mas pelo menos uma vez na vida me sentir livre, podendo ser ridicularizada em praça publica, mas livre, livre das algemas que eu me deixei prender e livre das mordaças que eu mesma ajudei a colocar.

Sim estou desesperada, e pelo menos nesse diário público eu posso gritar um pouco do que sinto.Porque na verdade eu não vivo por mim, eu vivo pelas pessoas que me rodeiam e que me força a senti-las, eu vivo entre uma fina linha entre a vida e a morte, pois juro que nem eu nem o mundo perderiam muito se eu me deixasse cair no acaso, e isso não é auto-piedade, é sinceridade para comigo mesma, pois não sou um exemplo aos meus e me sentiria muito culpada se um dia fosse copiada, sou um rascunho que não merece ser passado a limpo tão pouco copiado...Sou rascunho de um projeto mal formatado!

4.05.2006


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica,cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,ao outro...
Sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
Se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

Miguel Falabella

4.04.2006

Oi sou novo aqui, se bem q a Nina no blogspot tb é, então vamos apanhar juntos.hehe
Bem eu sou o lado masculino da Nina, completamente o oposto dela, qdo eramos 1 agente se divertia muito e descutia também.
Agora seremos parceiros neste blog, espero que suportem as nossas diferenças, porque somos dois rabugentos.
Agora um poema que adoro de Drumond

CONSOLO NA PRAIA(DRUMOND)
Vamos, não chores A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias precipitar-te _ de vez _ nas águas. Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.
Rodrigo