A morte de um Amor ou de uma ilusão

Nunca fui uma garota muito romântica, porém sempre fui idealista e racional, até que aos 27 anos me meti em uma paixão avassaladora. Foi então que joguei parte desse idealismo e da minha razão para o alto.
O que vivi amorosamente em três anos, não havia vivido nos 27 anos anteriores, nem sofrido!
Foi tudo tão conturbado tanto para mim quanto para ele, ele era 6 anos mais jovem que eu, por fora, um guerreiro bruto, cheio de cicatrizes, por dentro um menino assustado e inseguro, que rejeitava a própria história, então ele mentia, mentia tanto que ele mesmo chegava a acreditar, e eu fiz questão de acreditar em cada falsa verdade que me contava.
Hoje penso que amei suas mentiras, e não suas verdades, já que essas eram poucas, eu pequei pelo excesso de sinceridade, ele não estava acostumado com tantas verdades, oque causava brigas, mas aí vinha o corpo e acalmava tudo entre nós.
O problema é que chegou uma hora que eram tantas magoas e mentiras, que o sexo já não dava conta de concertar todo o resto, idas e vindas, ele ficando mais agressivo, eu mais deprimida, então ele assumiu o vicio das drogas, então sumia com dinheiro, ele mesmo sumia, perdia trabalho, me magoava tanto, tanto, que a tristeza doía no corpo e na alma.
Ele me culpava pela sua infelicidade, por não ser mais um peão de rodeo, eu o culpava pelos meus amigos terem se afastado, por minha família estar decepcionada, e por ele estar me trocando pela cocaína.
Era muita culpa, não tinha como essa história dar certo, e por isso não deu!
Agora estamos em meio a um processo ridículo, onde ele não pode se aproximar de mim, não queria que tivesse terminado assim, não queria estar com nojo do amor que senti, mas não tem jeito, prefiro acreditar que foi um engano do destino, e que os EU TE AMO que me dizia diariamente o tempo todo, era da boca pra fora, mas agora sim ele encontrou a mulher da vida dele, ele só tinha errado de prima. (risos) Acontece né?! No fundo até quero que dê certo entre eles, não estou nesse mundo pra desejar o mal a uma pessoa que tanto amei.Mas adoraria não saber mais dele!
Bem eu, no fundo estou decepcionada com o amor, as vezes com raiva, mas estou bem, já não acho que vou morrer desse mal, até posso dizer que…Pessoas interessantes estão entrando em minha vida, e que esta sendo bom reaprender a ser sozinha, sem sentir solidão.
Só peço um tempo desse tal de amor, porque ele dá muito trabalho!(risos)

A muito tempo eu não escrevia, e estava tentando encontrar o motivo para isso ter ocorrido, pois escrever sempre foi parte de mim, desde que me alfabetizei.
Eu era uma criança que via reportagens tristes e chorava, então pegava lápis e papel e escrevia a respeito, era uma forma de lhe dar com meus sentimentos, hoje sou uma mulher que chora pelas mesmas reportagens tristes, só que desaprendeu a lhe dar com os próprios sentimentos.
A pouco mais de um mês perdi minha avó materna, ainda é estranho falar que a perdi, nós a chamávamos de passarinho sambanga, passou seu ultimo dia de melhora ao meu lado, passamos a tarde dormindo juntas, e depois ela passou a madrugada feliz por estar sem dor, pediu comigo, seu remedinho, a massagem no braço e tagarelou até eu cair no sono, no dia seguinte foi para o hospital e no outro ela morreu.
Nunca havia perdido alguém assim tão próximo, foi então que percebi que parte de cada um de nós morreu também, estávamos todos morrendo em vida.
Ela era uma mulher cheia de qualidades e defeitos, nossa como sinto falta dos defeitos dela!
Demorei tempo demais pra descobrir que ela era grande parte do que sou, vó obrigada por ter me dado um dos grandes amores da minha vida, minha mãe!