A muito tempo eu não escrevia, e estava tentando encontrar o motivo para isso ter ocorrido, pois escrever sempre foi parte de mim, desde que me alfabetizei.
Eu era uma criança que via reportagens tristes e chorava, então pegava lápis e papel e escrevia a respeito, era uma forma de lhe dar com meus sentimentos, hoje sou uma mulher que chora pelas mesmas reportagens tristes, só que desaprendeu a lhe dar com os próprios sentimentos.
A pouco mais de um mês perdi minha avó materna, ainda é estranho falar que a perdi, nós a chamávamos de passarinho sambanga, passou seu ultimo dia de melhora ao meu lado, passamos a tarde dormindo juntas, e depois ela passou a madrugada feliz por estar sem dor, pediu comigo, seu remedinho, a massagem no braço e tagarelou até eu cair no sono, no dia seguinte foi para o hospital e no outro ela morreu.
Nunca havia perdido alguém assim tão próximo, foi então que percebi que parte de cada um de nós morreu também, estávamos todos morrendo em vida.
Ela era uma mulher cheia de qualidades e defeitos, nossa como sinto falta dos defeitos dela!
Demorei tempo demais pra descobrir que ela era grande parte do que sou, vó obrigada por ter me dado um dos grandes amores da minha vida, minha mãe!